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Raw Traveller

Explorar o mundo através das lentes: um blog de viagem e natureza, onde as fotografias são a principal inspiração para a criação de narrativas visuais únicas, repletas de detalhes e curiosidades.

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Explorar o mundo através das lentes: um blog de viagem e natureza, onde as fotografias são a principal inspiração para a criação de narrativas visuais únicas, repletas de detalhes e curiosidades.

20 de Dezembro, 2024

Uma carta às montanhas: a beleza das formações rochosas.

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A montanha caracteriza-se por ser uma elevação natural do terreno, com declives acentuados e uma altura significativa em relação à área circundante, geralmente formada por processos geológicos como movimentos tectónicos, atividade vulcânica ou erosão. Reguladoras da temperatura e do ciclo da água, estas são, sobretudo, fontes de inspiração, até para a mente mais complexa… Aqui o tempo abranda, e a neblina apodera-se dos pensamentos. Escrevo com o coração rendido à beleza única do espírito serrano. Esta estrutura orogénica não é apenas um conjunto de picos e vales; é um santuário, um testemunho da força e serenidade da natureza, uma guardiã de segredos incontáveis, sussurrados pelo vento.

O modo como o sol acaricia os contornos ao amanhecer é uma beleza que desafia palavras. As estações passam e fazem com que a “vestimenta” esteja em constante mudança: a quietude nevada do inverno, as flores silvestres da primavera a dançar na brisa, os verdes exuberantes do verão e o tapete flamejante do outono. Cada fase é uma canção de amor, única e eterna.

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Mas… o outono! Esta estação efémera, que veste as montanhas com um manto de cores que desafiam até os mais habilidosos pintores, é uma das alturas mais férteis para o meu processo criativo. Este ano de mudança e incerteza não foi exceção, e, apesar da aparente ausência, foi nas montanhas que senti uma maior calma e proximidade com aquilo que gosto e quero tentar fazer. Por vezes, basta parar e ouvir!

 

Os sons mudam… o suave crepitar das folhas sob os passos… o sussurro do vento… o eco distante de um riacho… As primeiras neblinas da estação envolvem as imperfeições numa aura de mistério, como se houvesse um segredo precioso. Cada curva dos trilhos revela um cenário que parece saído de um conto, e cada miradouro oferece um vislumbre de eternidade.

Tons de ouro, âmbar e carmim cobrem os teus vales e encostas, e cada folha que cai parece contar uma história, uma despedida delicada à temporada que passou. Caminhar por entre as tuas florestas, nesta época, é como atravessar um sonho vivido, onde o chão se cobre de um tapete suave, e o ar transporta o aroma doce e terroso das folhas secas.

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As montanhas são guardiãs de histórias... de glaciares antigos, de passos que vieram de tempos que transcendem a nossa capacidade de imaginação, de criaturas que chamam estas encostas de lar. Aprecio cada momento passado na tua encosta, cada respiração do ar fresco, cada eco do silêncio intemporal.

E então, há o pôr do sol, quando os últimos raios de luz acariciam os picos e transformam as folhas num fogo cintilante. É nesse instante que o tempo definitivamente parece parar. O outono nas montanhas acabou…

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