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Raw Traveller

Explorar o mundo através das lentes: um blog de viagem e natureza, onde as fotografias são a principal inspiração para a criação de narrativas visuais únicas, repletas de detalhes e curiosidades.

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Explorar o mundo através das lentes: um blog de viagem e natureza, onde as fotografias são a principal inspiração para a criação de narrativas visuais únicas, repletas de detalhes e curiosidades.

21 de Abril, 2023

Sevilha: explora a história e a cultura da vibrante cidade andaluza.

Localizada no sul de Espanha, Sevilha é o centro urbano mais importante da região Andaluza. Situada à volta do rio Guadalquivir, que outrora serviu de via comercial para as Américas, apresenta suaves colinas que permitem a fácil deslocação a pé entre os diversos pontos de interesse. Ao chegar à cidade, somos automaticamente presenteados com uma sensação de entrada num país africano, não porque tenhamos visto uma diversidade étnica e cultural muito diferente da nossa, mas porque somos recebidos por um clima quente "ladeado" por palmeiras, ciprestes e árvores cítricas, como o limoeiro e a laranjeira. Na verdade, é bastante comum vermos laranjeiras em todas as partes da cidade. 

O primeiro dia começou com uma curta caminhada pelas ruas sevilhanas até à bilheteira do Real Alcazar, onde rapidamente percebemos que chegar cedo era algo fundamental. Sendo um dos ex-libris da cidade, é de esperar que fosse difícil obter bilhete, mas na verdade não foi, foi mesmo só demorado! As primeiras horas para no painel informativo esgotaram num abrir e fechar de olhos (é de notar que só há 30 bilhetes para cada hora marcada), mas os bilhetes para o fim do dia tardaram a esgotar e depois de duas horas na fila conseguimos os tão desejados bilhetes. Na verdade, este horário encaixava bem no plano que tínhamos delineado para esse dia. Uma dica que vos deixo é que devem de "perder" uns minutos a comprar bilhetes online para o Real Alcazar e para a Catedral de Sevilha, evitando assim as longas filas ao sol e a possibilidade de se gastar horas e não se conseguir bilhetes. Para a Catedral já seguimos este conselho e aproveitámos o tempo na fila para comprar o bilhete. 

Sevilha apresenta uma arquitectura monumental e os referidos monumentos não lhe ficam nada atrás: se por um lado temos o luxo árabe em todo o seu esplendor (com salas amplas e paredes recheadas de detalhes), bem como um incrível e luxuoso jardim; por outro temos uma Catedral monumental que mostra todo o poder que a religião Cristã tem. Na Catedral, recomendo que subam até ao ponto mais alto, a torre Giralda. Nesta parte do monumento vão conseguir ter uma vista 360º de toda a paisagem urbana da cidade, sem que haja interferência de qualquer edifício alto. Mas tenham a noção que vão estar rodeados de pessoas que também querem aproveitar as poucas aberturas para ver a cidade. 

A partir deste momento, começámos a reparar em algo que para nós era fora do comum e isso fazia com que se destacassem da multidão de turistas que  por entre as suas selfies ou fotos "instagramavél" pareciam não reparar. Ao longo destes dias, reparámos na quantidade de famílias que se faziam acompanhar por um fotógrafo profissional com o intuito de realizarem uma sessão fotográfica para as suas filhas/os. Entre poses elaboradas e roupas cerimoniais dignas de um filme da Disney, estas pessoas pareciam estar a viver o seu sonho. No fundo nunca se tornou incomodativo ao ponto de nos impedirem de ver alguma coisa, só não estávamos à espera do cenário que nos veio a acompanhar ao longo destas férias. Não foi o único momento insólito, Córdoba guardou a melhor (ou pior) surpresa, mas isso fica para um futuro post.

Dentro de todas as tradições andaluzes é importante destacar duas delas. A primeira diz respeito às celebrações da Semana Santa, sendo que é a celebração religiosa mais importante desta cidade, remontando ao século XVI. Durante a semana que antecede a Páscoa, as ruas da cidade enchem-se de procissões de irmandades religiosas, que transportam a imagem de Cristo e da Virgem Maria. A segunda tradição é o famoso estilo musical que nasceu nesta região: o flamengo. É difícil virem a Sevilha e não se depararem com imagens ou figurinos que vos vão remeter para este estilo. Na verdade, basta ir à Plaza de España para terem direito a uma pequena demonstração que eu recomendo parar para apreciar. Já que se encontram nesta emblemática praça, sugiro que apreciem a magnífica arquitectura. A base do edifício é constituída por 48 bancos, com uma bela decoração à base de azulejos, que contam diferentes capítulos da história das diferentes províncias espanholas. A sua construção teve como objectivo albergar a Exposição Ibero-americana de 1929. Há dois factos interessantes sobre a construção do monumento: o primeiro é que foram necessários 15 anos para acabar a obra e envolveu mais ou menos 1000 trabalhadores a trabalhar diariamente; o segundo é que a praça é construída com base em mármore, tijolo talhado, ferro e os azulejos fabricados pelos mestres artesãos do bairro de Triana. 

Uma curta caminhada junto ao Rio Guadalquivir levou-nos até à Puente de San Telmo que conecta as duas partes da cidade. No outro lado da ponte, acontrámos o famoso Mercado de Triana, repleto de fruta e legumes, bem como inúmeros sitos para provarem a gastronomia andaluza. Recomendo este local como um momento para sentirem a azafama dos locais que em conjugação com as bancas cheias de alimentos dão origem a fotografias dignas de qualquer postal. Viajar também é isto! Sentir como é que o aparente caos pode dar lugar a uma dança entre as pessoas.

As ruas Sevilhanas deviam constar em qualquer guia de viagens! Altas e estreitas, levaram-nos até locais com uma arquitectura característica ou até aos tradicionais pátios andaluzes. Na Avenida de la Constitución, podem encontrar um pátio bastante pitoresco na Plaza del Cabildo, um sítio que não vem nos mapas e que é um ponto de paragem obrigatório; nesta avenida podem também decobrir inúmeros locais para comer.

Com o aproximar do fim do dia, fomos até às Setas de Sevilla! Este "miradouro", criado com vista para coração sevilhano, oferece uma experiência única e uma vista magnífica sobre a cidade. A conjugação das cores do Pôr-do-sol e das luzes que a estrutura tem criam um ambiente mágico para todas as pessoas. Poderam ver mais sobre este monumento no post dedicado.

Apesar de Sevilha ser a capital da Andaluzia, é uma cidade relativamente rápida de se ver. Os principais pontos turísticos estão muito próximos e a sua geografia plana permite uma fácil locomoção a pé entre os diversos monumentos ou pontos de interesse. Se gostam de edifícios monumentais, ruas estreitas e cheias de pessoas, gastronomia andaluz, arquitectura árabe e sol, então Sevilha é a cidade para vocês visitarem. Foi a minha quinta visita à cidade e posso afirmar que será para voltar.

Para finalizar, deixo o itinerário daquilo que considero obrigatório visitar.